22 de outubro de 2011

Porque ler: O Assassinato no Expresso do Oriente



O Assassinato no Expresso do Oriente é mais um dos grandes livros da escritora inglesa Agatha Christie. Em conjunto com outro título, O Caso dos Dez Negrinhos, seja talvez um dos melhores livros da autora. Publicado em 1934, este traz mais um caso do detetive belga Hercule Poirot, o personagem predileto da autora, que não foge das raízes. A rainha do crime seguiu suas formulas de sucesso para escrever este outro romance policial.

Como já deixei em outro post sobre a autora, este livro mantém as características de sua escrita, simples com uma linguagem fácil de entender. É um livro relativamente pequeno, 226 páginas aproximadamente, o que facilita a leitura rápida e ocasional. A obra deixou outros legados, existem dois filmes (1974 e 2001, sendo o segundo uma versão para tv), uma adaptação em uma série, um jogo de computador e uma graphic novel.


Nos moldes de O Caso dos Dez Negrinhos, que já foi mencionado no blog, O Assassinato no Expresso do Oriente, apesar de anterior ao mesmo, mantém a ideia de trancar todos em um mesmo lugar, sendo detetive, vítima e assassino. Logo no inicio, é mostrado ao leitor este molde de como seguirá o livro, quando Poirot suspeita de vários detalhes quando embarca no trem. Tal como os passageiros, com perfis, nacionalidade, classes sociais distintas, no mesmo expresso que a essa altura do ano não era comum estar cheio. Dessa forma, já é também suspeito ao leitor que há algo de errado neste expresso.
 
Durante a primeira noite a bordo as suspeitas são correspondidas. Poirot acorda com um forte som de baque durante a noite vindo da cabina ao lado. Quando ele abre a porta para ver o que estava acontecendo, ele vê o revisor do trem que prontamente responde: “Não é nada. Cometi um erro”. Em seguida o revisor sai para atendar à campainha de uma passageira nervosa que jura ter visto uma sombra em seu quarto. Em uma ultima vez que Poirot se levanta e vai até a porta, ele avista uma mulher de costas, vestida em um quimono escarlate. Ao acordar, o detetive descobre que na noite anterior o homem que ocupava a cabina ao lado, Mr. Ratchet foi assassinado, tendo sido esfaqueado doze vezes enquanto dormia.  Mas dentre estes doze golpes, alguns são profundos enquanto outros são superficiais, uns parecem terem sido feitos por alguém destro enquanto outros por canhoto. Além disso, outras pistas são encontradas, como um limpador de cachimbo, um lenço com a inicial H e um botão do revisor, dando a indicar que o assassino foi muito descuidado. Além dos suspeitos dentro do trem existe a possibilidade de ser alguém que embarcou quando o trem parou, que esteve escondido durante toda a viagem e que no momento que a neve obrigou a parada, o mesmo fugiu por terra.

Em cada pista, há um caminho que liga a um suspeito diferente, e esse é o clima do livro. E igualmente a O Caso dos Dez Negrinhos, o leitor é encaminhado a mudar de suspeito chave vários vezes no decorrer do caso. Uma coisa que fica fixa nas deduções é a quantidade de pistas, o que leva a entender que nem todas são verdadeiras. A condução e a conclusão do caso são mais misteriosas que os Dez Negrinhos, tanto que acredito que as chances de alguém acertar o assassino antes do fim ou das pistas cruciais beira o zero. O final mesmo é surpreendente, totalmente diferente do que tinha visto antes. Mas se considerarmos a idade, é bem provável que algo já tenha copiado a fórmula do livro e este não pareça tão original do que na verdade é. 


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