O Assassinato no Expresso do Oriente é mais um dos grandes
livros da escritora inglesa Agatha Christie. Em conjunto com outro título, O
Caso dos Dez Negrinhos, seja talvez um dos melhores livros da autora. Publicado
em 1934, este traz mais um caso do detetive belga Hercule Poirot, o personagem
predileto da autora, que não foge das raízes. A rainha do crime seguiu suas
formulas de sucesso para escrever este outro romance policial.
Como já deixei em outro post sobre a autora, este livro
mantém as características de sua escrita, simples com uma linguagem fácil de
entender. É um livro relativamente pequeno, 226 páginas aproximadamente, o que
facilita a leitura rápida e ocasional. A obra deixou outros legados, existem
dois filmes (1974 e 2001, sendo o segundo uma versão para tv), uma adaptação em
uma série, um jogo de computador e uma graphic novel.
Nos moldes de O Caso dos Dez Negrinhos, que já foi
mencionado no blog, O Assassinato no Expresso do Oriente, apesar de anterior ao
mesmo, mantém a ideia de trancar todos em um mesmo lugar, sendo detetive,
vítima e assassino. Logo no inicio, é mostrado ao leitor este molde de como seguirá
o livro, quando Poirot suspeita de vários detalhes quando embarca no trem. Tal
como os passageiros, com perfis, nacionalidade, classes sociais distintas, no
mesmo expresso que a essa altura do ano não era comum estar cheio. Dessa forma,
já é também suspeito ao leitor que há algo de errado neste expresso.
Durante a primeira noite a bordo as suspeitas são
correspondidas. Poirot acorda com um forte som de baque durante a noite vindo
da cabina ao lado. Quando ele abre a porta para ver o que estava acontecendo,
ele vê o revisor do trem que prontamente responde: “Não é nada. Cometi um erro”.
Em seguida o revisor sai para atendar à campainha de uma passageira nervosa que
jura ter visto uma sombra em seu quarto. Em uma ultima vez que Poirot se
levanta e vai até a porta, ele avista uma mulher de costas, vestida em um
quimono escarlate. Ao acordar, o detetive descobre que na noite anterior o
homem que ocupava a cabina ao lado, Mr. Ratchet foi assassinado, tendo sido
esfaqueado doze vezes enquanto dormia. Mas dentre estes doze golpes, alguns são profundos
enquanto outros são superficiais, uns parecem terem sido feitos por alguém destro
enquanto outros por canhoto. Além disso, outras pistas são encontradas, como um
limpador de cachimbo, um lenço com a inicial H e um botão do revisor, dando a
indicar que o assassino foi muito descuidado. Além dos suspeitos dentro do trem
existe a possibilidade de ser alguém que embarcou quando o trem parou, que
esteve escondido durante toda a viagem e que no momento que a neve obrigou a
parada, o mesmo fugiu por terra.
Em cada pista, há um caminho que liga a um suspeito
diferente, e esse é o clima do livro. E igualmente a O Caso dos Dez Negrinhos,
o leitor é encaminhado a mudar de suspeito chave vários vezes no decorrer do
caso. Uma coisa que fica fixa nas deduções é a quantidade de pistas, o que leva
a entender que nem todas são verdadeiras. A condução e a conclusão do caso são
mais misteriosas que os Dez Negrinhos, tanto que acredito que as chances de alguém
acertar o assassino antes do fim ou das pistas cruciais beira o zero. O final
mesmo é surpreendente, totalmente diferente do que tinha visto antes. Mas se
considerarmos a idade, é bem provável que algo já tenha copiado a fórmula do
livro e este não pareça tão original do que na verdade é.
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