28 de julho de 2011

Porque ler: A Guerra dos Tronos


A Guerra dos Tronos é o primeiro livro das Crônicas de Gelo e Fogo, serie de até agora cinco livros do escritor americano George R. R. Martin. O livro foi publicado em 1996 mas tem encontrado o auge agora de 2010 a 2011, se tornando um ícone. Tamanho é a qualidade da série que ela migrou para a televisão, a partir da HBO como uma série blockbuster. Tanto o livro como a toda a série de livros são recheadas de elogios, prêmios e comparações. Inclusive comparam muito com talvez o melhor autor de fantasia de todos os tempos, Tolkien. É inegável que cada um tem suas qualidades e seus defeitos, e é natural compra-los como comparam Bernard Cornwell com Tolkien ou o próprio Martin com o Cornwell. Apesar disso, não vejo como pode-se dizer que uma obra é melhor que a outra se elas se complementam. 
 
 A guerra dos Tronos tem inumeras qualidades, mas tem vários defeitos como qualquer obra. Logo de cara, a melhor qualidade do livro são as mudanças de "protagonistas", de personagens que acompanhamos. Entre eles temos: Eddard Stark, Catelyn Stark, Bran Stark, Arya Stark, Sansa Stark, Jon Snow, Tyrion Lannister e Daenerys Targaryen. Esta qualidade é primordial pois previne o cansasso, o tédio. Se o leitor não gostar de um personagem não terá muito que esperar pois em uma média de oito páginas se verá livre dele. Essa forma com a qual o livro é escrito define muito o modo com o qual Martin trabalha. Antes de se aventurar em escrever As Crônicas de Gelo e Fogo, Martin foi roterista de séries para televisão, e daí podemos ver o molde de sua guerra dos tronos com as mudanças de perspectiva, de personagens e as demasiadas reviravoltas. Para quem gosta, as reviravoltas são frequentes no livro. São tantas que chega um momento em que você parece não ter certeza de mais nada. Mas isso não é de todo bom, como comentei nas Crônicas Saxônicas, essa frequência de reviravolta também deixa a obra batida, pois sabemos que vai acontecer algo, mesmo sem saber o que.
O mundo de Guerra dos Tronos também é peculiar. Tem uma história bem trançada, com elementos passados bem delineados. Desde os Povos da Floresta, primeiros habitantes, os Ândalos, segundos e a vinda dos conquistadores Targeryen. Há muito na história passada do mundo do livro a ser aproveitado, mas nem tanto como o próprio livro que parece ser o próprio prologo, a própria pedra fundamental para os outros livros da série. Basicamente, o mundo de Guerra dos Tronos é uma grande fantasia, apesar de muitos falarem o contrário. O fato dos personagens fazerem sexo, beberem, falarem palavrões não deixa o livro mais real que os livros de Cornwell, com as Crônicas Saxônicas que possuem muito mais. Fora estes pequenos detalhes, o que o livro mostra realmente é uma grande fantasia. Repleto de cavaleiros com armaduras brilhantes, capacetes elaborados com adornos gigantes, criaturas sobrenaturais e mitológicas definem bem isso. Os próprios personagens são muito limpinhos, as descrições sem mostram cavaleiros galantes, como exemplo uma armadura de ouro que seria ridícularmente chamativa em uma batalha. Os capacetes com galhadas ou chifres que são compravados que mais atrapalham que ajudam, seriam apenas mais um enfeite. Mas não só isso, o próprio jeito com o qual o mundo lida com os personagens mostra que ele é uma grande fantasia e não um espelho da real era medieval. A grande sacada é que a Sansa Stark pensa que todos os cavaleiros são como as fabulas, todos são galantes, brilhantes e heroicos, e apesar de outros personagens lhe negarem isso, a verdade é que ou ela estava certa, ou seria uma brincadeira do próprio Martin.
Se fizer uma busca no Google brasileiro sobre "A Guerra dos Tronos", terá logo nas primeiras páginas as dez razões pelas quais este livro é melhor que "O Senhor dos Aneis". Como eu disse, acho que as obras se completam, mas o que criticam em "O Senhor dos Aneis" tem em falta e uma critica semelhenta em "A Guerra dos Tronos". Todos dizem que Tolkien exagera em suas descrições, o que de fato é uma verdade. Ele descreve muito as paisagens, o cenário em geral, os personagens, entre outra coisas, o que Martin não faz. As vezes carece de alguns maiores detalhes, o que as vezes é bom, as vezes ruim. As vezes é bom ter a liberdade para imaginar como as vezes é melhor ter algo já desenhado para não perder o foco. O ponto ruim da obra de Martin é a demasiada importância que ele da a comida. Ele sempre descreve os pratos, que sempre são vários, e parece que cada refeição tem que ser lembrada. É um desperdício de páginas para mim, já que do lado oposto Martin não descreve quase nenhuma batalha. A batalha mais importante do livro, aquela que merecia ser lembrada, não é vista no livro! Ela poderia ser mostrada pela visão de um dos personagens que estavam dentro dela, com outras no próprio livro, mas nem isso. Ele prefere nos mostrar a visão de que estava esperando de longe e as cegas a batalha terminar. A verdade é que A Guerra dos Tronos não é um livro de ação, não é um livro de guerra apesar do nome, é um livro de traições, intrigas e disputas politicas. Alguns dizem que o foco são os outros do outro lado da muralha e o inverno que está para chegar, mas acho que o foco mesmo é a guerra pelo trono de ferro que está para começar a partir do final do livro A Guerra dos tronos. O primeiro é excelente, sem dúvidas um dos melhores livros de fantasia de todos os tempos, mas não tente procurar agulhas no palheiro, o livro não é perfeito, como nenhum é. Mas sendo dúvidas os próximos serão melhores ainda que A Guerra dos Tronos, é só aguardar!



A história gira em torno de muitos personagens, mas talvez Eddard Stark seja o simbólico principal pelo maior número de aparições no livro. Tudo começa com a morte da antiga mão do rei (o que governa no lugar do rei, como um vice), Jon Arryn. O Rei Robert Baratheon vai ao norte visitar Eddard e lhe dizer pessoalmenet que este é a nova escolha para a mão do rei. Eddard não queria este fardo, mas uma carta da irmã de sua mulher diz que o seu falecido marido, a antiga mão do rei Jon Arryn foi assassinado pelos Lannister, sendo a rainha uma das envolvidas. Temendo o perigo do amigo Robert, Eddard decide aceitar o cargo, viajando para o sul para proteger o rei e descobrir o que aconteceu com Arryn. Do outro lado do  mar estreito, Viserys e Daenerys Targaryen, ultimos herdeiros de sangue do antigo rei Aerys vivem no exílio na cidade livre de Pentos. Viserys com a ajuda do magistrado da cidade propõem a união de Daenerys com Khal Drogo, um senhor Dothraki, para com seu exército recuperar seu trono nos Sete Reinos. Ainda no norte, antes de Eddard partir seu filho Bran vê alguma coisa em uma torre e acaba caindo, ficando entrevado em uma cama. Quando sua mãe fazia vigília um homem tenta matá-lo, mas seu lobo o impede. Ela não tinha dúvidas, era um Lannister que o tinha enviado.

A Guerra dos tronos está para começar, e nela, ou se ganha ou morre. De que lado você ficará?

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